|
O
barulho incomoda e, quando alto, não permite que as pessoas ao redor
durmam. Em outras ocasiões, pode até ser motivo de piada. Embora pareça
algo simples, o ronco, se não tratado, pode evoluir para a apneia,
distúrbio grave que pode levar ao aumento do risco de infarto e Acidente
Vascular Cerebral (AVC). Mas a boa notícia é que para esses males
existem três tipos de tratamentos, cirúrgicos e não-cirúrgicos, que
podem melhorar muito a qualidade do sono. Então, se você sofre com eles
não perca tempo e procure logo um especialista.
Considerado por
muitos um motivo de gozação, o ronco é provocado por um estreitamento
das vias respiratórias superiores, que dificulta a passagem do ar,
fazendo com que essas estruturas vibrem, provocando o barulho. De acordo
com o dentista e membro fundador titular da Academia Brasileira de
Fisiopatologia Cranio-oro-cervical (ABFCOC), Dr. Douglas Bellomo, o
ronco pode ser um sinal de algo que não vai bem no organismo. “Uma coisa
importante a ser dita é que o ronco já é um alarme de que alguma coisa
vai se deteriorando a partir desse momento. A pessoa deve ficar atenta
para que o ronco não evolua para a apneia.”
Segundo dados do
Instituto do Sono de São Paulo, 40% dos homens e 26% da mulheres possuem
apneia. Esse distúrbio do sono é uma obstrução mecânica da língua na
faringe que pode levar a outros problemas graves de saúde. “A apneia
ocorre pelo relaxamento total e recuo da língua na faringe. Ela é
gravíssima e tem inúmeras doenças que estão correlacionadas a esse tipo
de problema. Quem sofre com a apneia tem três vezes mais chances de
sofrer de infarto e AVC, por exemplo.”
Mas quem sofre com esses
distúrbios do sono já pode respirar mais aliviado, pois existem três
tipos de tratamentos para melhorar o sono. Segundo Bellomo, um deles é a
cirurgia, que possui efetividade. Mas existe apenas uma que o
especialista recomenda. “A única cirurgia que eu recomendo é quando a
pessoa não consegue respirar pelo nariz. Se ela não respira pelo nariz,
acaba abrindo a boca que potencializa o ronco e a apneia. Existe outra
cirurgia que remove a úvula, popularmente conhecida como campainha, que
fica no final do céu da boca. Ela é empurrada pela língua quando a
pessoa dorme. Sua retirada possui baixa efetividade, pois, apesar de o
paciente deixar de roncar, a língua continua indo para a garganta.”. Quem não quer passar por
cirurgias pode optar por dois tratamentos. Um deles é o aparelho de
pressão de ar positiva (CPAP). Ele é um compressor que injeta ar pelo
nariz e boca, desobstruindo a faringe e forçando o ar chegar aos
pulmões. De acordo com Bellomo, a efetividade do aparelho vai depender
do paciente. “O aparelho impede esses males. Mas é efetivo desde que o
paciente se adapte a dormir com a máscara.”
Apesar de não ser
muito popular, o aparelho intraoral é outra alternativa efetiva no
combate ao ronco e a apneia. Trata-se de duas lâminas com resina
especial que se encaixam nas duas arcadas dentárias. “Ele projeta a
mandíbula para frente. Como a língua é fixa na mandíbula, ela
consequentemente vem para frente, junto com a mandíbula. Ou seja, o
aparelho joga a língua para dentro da boca, não deixando ir para a
faringe, o que permite a passagem do ar.” - explica Bellomo, que
acrescenta: “Esse tratamento possui efetividade em média de 90 a 95%
para o ronco, e 76% para apneia.”
O aparelho é feito por
dentistas e possui inúmeras vantagens em relação aos demais tratamentos.
“O primeiro é que não depende de eletricidade. Além disso, é portátil,
isto é, põe em uma caixinha e a pessoa pode levar consigo. É reversível,
ou seja, não é como a cirurgia que se faz e não pode voltar atrás.” -
finaliza o especialista. Por
Danielle Pingitore | |
| | | | | |
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário