Quem disse que não existe prazer na Melhor Idade? Entrar na maturidade não significa que o desejo pelo sexo vai acabar. Ao contrário disso, esse é o momento para redescobrir e aproveitar os momentos de intimidade de maneiras diferentes.
O avanço da Medicina, a difusão de conhecimentos ligados ao prolongamento da vida, da higiene e saúde tem proporcionado o aumento significativo da expectativa de vida no Brasil e no mundo. O uso de medicamentos relacionados à reposição hormonal, os comprimidos como o Viagra alteraram o perfil do indivíduo com mais 60 anos, proporcionando novas perspectivas acerca da sexualidade.
Segundo pesquisas feitas pelo IBGE (2000), nos próximos 20 anos a população entrando na Melhor Idade do Brasil poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas e deverá representar quase 13% da população ao final deste período.
Embora haja este grande crescimento da população, muitos mitos ainda permanecem sobre a Melhor Idade. A sociedade acredita que, por volta dos 50 anos, a perda da função sexual é inevitável pela menopausa feminina e as possíveis dificuldades da ereção masculina. Tal situação ainda se agrava pelo culto da beleza jovem, pelos modelos da mídia e pelas figuras angelicais que lembram os avós, induzindo que os vovôs e vovós são figuras assexuadas, ou seja, que não desejam a intimidade sexual.
Apesar dos mitos, existe a real perda fisiológica, ocorrendo doenças como problemas no coração, câncer, diabetes, diminuição da agilidade e jovialidade do corpo, situações de viuvez, aposentadoria que gera depressão, tristeza e baixa estima.
No entanto, a concepção de sexualidade nessa idade está num processo de mudança, se transformando numa bela idade. Embora exista a realidade de algumas perdas, hoje se percebe a potencialidade deste momento da vida, no qual o adulto avançado pode desenvolver-se e redescobrir novas maneiras de aproveitar o sexo. Isso acontece de maneira muito pessoal e de acordo com o perfil de cada um.
Recuperar atividades sociais e momentos íntimos pode estimular a busca de recursos próprios para transformar as “perdas” em ganhos, proporcionando o valor desta etapa.
Com a inserção dos vovôs e vovós em ambientes sociais diversos, pode-se diminuir a crença de que eles não carecem de relações afetivas, namoros e amizades, e, sim, perceber que a sexualidade pode permanecer presente na vida desta pessoa. Vale lembrar que sexo é mais que o ato em si. É o carinho, o afeto, o beijo, o abraço, o andar de mãos dadas, é cultivar ações que geram disposição para a intimidade e prática sexual.
A sexualidade é uma parte importante da existência humana, em qualquer etapa da vida.
Neste sentido, nessa idade, se faz necessário romper preconceitos e ideologias e compreender que a sexualidade existe para todos, pois não existe idade para ter afeto, amor e desejo. O importante é perceber isso de formas diferentes e reescrever o sexo a cada dia com novas palavras.
Fonte: Leda Meda Caetano e Taritha Meda Caetano Gomes
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